Rede de dormir

Rede de dormir

Luís da Câmara Cascudo - Global Editora

SINOPSE

Durante séculos, milhões de brasileiros nasceram, viveram, amaram e morreram em cima dela. No sertão, ela envolvia os mortos conduzidos ao cemitério. Cantada por poetas, chamada carinhosamente de "mãe veia", mãe velha, pelos mais antigos, a rede de dormir atravessou os tempos sem que ninguém lhe dedicasse pesquisa, estudo ou análise. O primeiro trabalho sobre o assunto, pioneiro e insuperável, é esse Rede de Dormir, de Luís da Câmara Cascudo. Estudioso e apaixonado pela rede, já na introdução do livro, Cascudo faz a defesa de sua insuperável comodidade, comparada à cama: "O leito obriga-nos a tomar seu costume, ajeitando-nos nele, procurando o repouso numa sucessão de posições. A rede toma o nosso feitio, contamina-se com os nossos hábitos, repete, dócil e macia, a forma do nosso corpo". Como em todos os seus estudos, Cascudo esgota o tema, indo sempre muito além do que propõe o título. Assim, Rede de Dormirnão se limita à pesquisa etnográfica, como afirma o subtítulo do livro, mas passeia pela história, a sociologia, o folclore, reproduz registros literários. De origem indígena ("até prova em contrário a rede possui o copyright sul-americano", observa Cascudo), a rede seduziu o colonizador ao primeiro embalo. Pero Vaz de Caminha, o primeiro europeu a registrá-la, batizou-a com o nome que atravessaria os tempos, devido à semelhança de suas malhas com a rede de pescar. Parte da vida do brasileiro, confeccionada em cipó ou algodão, com o tempo sofisticou-se em variados modelos, com as suas varandas maiores ou menores, símbolo de poder social, as franjas, exibidas vaidosamente, as cores, outro símbolo de distinção, sendo as brancas de uso tradicional da aristocracia rural. Rede de Dormir é uma excelente leitura para ser feita na poltrona favorita, na cama ou, de preferência, ao embalo da rede.

232 páginas

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