Melhores contos João do Rio

Melhores contos João do Rio

João do Rio, Helena Parente Cunha - Global Editora

SINOPSE

Cínicos, decadentes, provocadores, os contos de João do Rio refletem o momento de transformação do Rio de Janeiro, ao influxo das reformas de Pereira Passos, nas duas primeiras décadas do século XX. Sob as mãos firmes do grande prefeito, a velha cidade de traçado colonial, imunda, ia se transformando numa metrópole moderna, de ruas largas e limpas, cujo símbolo é a abertura da Avenida Central. "O Rio civiliza-se" era a frase mais dita durante a belle époque. Na cidade iluminada a eletricidade, onde os primeiros automóveis desfilavam na assustadora velocidade de 30 km, melindrosas e almofadinhas se exibiam à porta das confeitarias e pela rua do Ouvidor. Surgiam os chamados vícios elegantes, como a cocaína, multiplicavam-se os bordéis e as casas para encontros amorosos clandestinos. A febre de mundanismo, a "vida vertiginosa" dominava a cidade. João do Rio foi o cronista admirável desse universo, retratado também em reportagens escritas em estilo ágil e vibrante, que renovaram o jornalismo brasileiro, dando ao jovem escritor um extraordinário prestígio. Estreando na imprensa aos 16 anos, fez uma carreira brilhante, que despertou invejas e o levou à Academia Brasileira de Letras, aos 29 anos. Nesta época, publicou o seu primeiro livro de contos, Dentro da Noite, uma espécie de síntese da obra do contista, interessado sobretudo nos aspectos patológicos da natureza humana, nas perversões, nos vícios, confessáveis ou inconfessáveis, e nas situações equívocas ou chocantes, como vemos em trabalhos como O Bebê de Tarlatana Rosa e D. Joaquina. Como alguns dos maiores escritores da época, João do Rio abusava do estilo precioso, das frases de efeito, do brilho fácil, dos paradoxos a Oscar Wilde, que agradavam o público da época. Ao leitor de hoje podem parecer recursos artificiais, mas sem comprometer o prazer da leitura.

160 páginas

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